segunda-feira, 1 de outubro de 2007

CPMF: UMA QUESTÀO DE PRINCÍPIOS



CPMF: UMA QUESTÀO DE PRINCÍPIOS

A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno a prorrogação da CPMF até 2011. Foram 338 deputados que votaram de costas para a sociedade. Barganhas, negociatas, jogos de cena, onde o que menos contou foi o interesse da sociedade. Assim que acabou a votação já tinha deputados apresentando a conta, sem nenhum constrangimento na frente das câmaras, algo inconcebível nas mentes sãs. Falar sobre a decepção da população com seus representantes já está ficando muito repetitivo. O parlamento é o oxigênio da democracia, a Câmara dos Deputados é o principal instrumento de manifestação da sociedade, então urge uma reação. Não podemos permitir que o Congresso Nacional continue com a coluna vertebral curvada diante do poder executivo. Devemos intensificar a luta para que a CPMF não passe no segundo turno na Câmara, se não der, vamos montar trincheiras no Senado.
A CPMF foi criada em 1993 como provisória num momento de crise e o propósito era salvar a saúde pública. A saúde pública continua na UTI, todos os dias vemos reportagens mostrando o drama de pacientes, o sofrimento, a humilhação, o desespero, onde estão as autoridades, onde estão os recursos da CPMF, e a cada mês o governo comemora records de arrecadação. De janeiro a agosto só o aumento real de arrecadação, já descontada a inflação, foi de 37,3 bilhões de reais, mais do que o previsto de CPMF para 2007. Pr’a onde está indo tanto dinheiro? A saúde está um caos, a educação é sofrível, os níveis de violência aumentando a cada dia, a insegurança espalhando a intranquilidade, as estradas em condições precárias, ferrovias, saneamento básico continuam sem investimentos. Os recursos estão indo para a atividade meio, para a corrupção, para subjugar o Parlamento, para os inúmeros órgãos espalhados pela administração pública, que são inoperantes, ineficientes, para inúmeros ministérios com sobreposição de funções, para os milhares e inaceitáveis cargos comissionados que maculam e humilham os valorosos funcionários públicos de carreira. Para onde está indo tanto dinheiro? Para os desperdícios, mordomias, negligências, irresponsabilidades. Isto com o sacrifício de milhões de brasileiros, pessoas físicas e empresas. Governo controlar despesas, gastar com parcimônia o suado dinheiro do povo, nem pensar, é mais fácil aumentar impostos. As pessoas perdem renda, perdem emprego e são obrigadas a se readaptarem. Empresas perdem mercado, tem aumento de custos que nem sempre podem repassar para preços, e são obrigadas a cortar gastos, reordenar as despesas. Governo não tem preocupação, aumenta impostos. Passa da hora de exigirmos dos governos que não abusem dos recursos públicos, que gastem no interesse da população, não nos dos grupos encastelados no poder.
O presidente declarou recentemente, que governo nenhum pode abrir mão da CPMF, então confirma que para o governo ela é definitiva, e que o provisório é apenas para iludir a população, mostra que a sanha arrecadatória é infinita, que a discussão da reforma tributária é apenas jogo de cena, que se houver alguma reforma que se faça com os recursos dos estados e municípios, e a nossa pobre federação vai continuar com prefeitos e governadores de pires na mão implorando as migalhas do governo federal que a cada dia tem mais recursos para impor vontades e manipular consciências.
A sociedade tem de reagir, juntar forças, mostrar nossa indignação, pressionar deputados e senadores, através de telefonemas, de e-mails, manifestação no Congresso Nacional, não podemos nos render diante do mau-caratismo de pessoas que tripudiam sobre o voto, sobre os cidadãos e cidadãs deste país.
O governo está acenando com a possibilidade de dar a cabeça do senhor Renan Calheiros em troca da aprovação da CPMF no Senado, eu de minha parte não aceito trocar uma causa tão importante por alguém de valor tão duvidoso.

3 comentários:

Anônimo disse...

No Brasil, via de regra, o que é bom é temporário e o que é ruim é permanente. Ou ainda, somos um povo que acredita em mentiras. Ou ainda, a depuração do voto ainda não é um instrumento capaz de refletir a verdadeira consciência nacional. Muito bom o texto. Promessa sendo cumprida: a calçadinha vai de vento em popa. Só falta retirar o monte de terra. Grande abraço
O Mar em Movimento está devidamente linkado no meu blog.

Anônimo disse...

Tem uma brincadeira para voc~e lá no meu blog.

Abç

Anônimo disse...

Deixe o seu blog aberto. Assim as pessoas livre e democraticamente vão poder entrar nele.